Em meio às turbulências do mercado de trabalho, desemprego de dois dígitos e o corte das vagas com carteira assinada, alguns profissionais conseguiram ganhos salariais em 2015. Pesquisa da consultoria Page Personnel, especializada em recursos humanos, aponta que 60% dos 161 cargos avaliados tinham remuneração superior à verificada em 2014. As áreas de finanças, marketing e construção civil despontam como as que mais valorizaram os salários dos profissionais. O resultado mostra que para se ajustar à crise econômica, as empresas cortaram pessoal e ao mesmo tempo subiram os salários dos empregados que fizeram a diferença no tempo de “vacas magras”.

O estudo da consultoria avaliou os salários de 62 mil candidatos às vagas nas praças de São Paulo, Rio de Janeiro, Recife e interior paulista. Os analistas de mercado acompanharam a remuneração mensal fixa de profissionais de 10 setores econômicos. Os cargos foram selecionados por faixa salariais, experiência profissional e o porte da empresa. “Analisamos desde o cargo de entrada do trabalhador até o diretor-geral da empresa e obtemos as informações no ambiente de trabalho”, diz Roberto Picino, diretor da Page Personnel em Pernambuco.

O executivo explica que o ano de crise obrigou as empresas a olharem mais para a eficiência nos processos internos. “Mesmo no momento difícil do mercado de trabalho, as empresas remuneraram melhor nas áreas de finanças e controladoria e reconheceram os profissionais que apresentaram resultados”, assinala. No setor de finanças, por exemplo, o salário médio dos analistas contábil sênior e de controladoria passou de R$ 5 mil para R$ 6,5 mil entre 2014 e 2015.

Os profissionais da área de operações foram os mais valorizados no setor varejista. O salário do analista pleno pulou de R$ 5,9 mil para R$ 7 mil. Enquanto na construção civil, as grandes construtoras deixaram de investir em novos empreendimentos e de contratar. Ao mesmo tempo, as empresas valorizaram os profissionais da área de engenharia de segurança do trabalho, cujo salário passou de R$ 5,5 mil para R$ 8,5 mil entre 2014 e 2015.

Outro setor estratégico em tempos de crise e cortes, o departamento de recursos humanos foi demandado pelas empresas para apresentar melhor desempenho, eficiência e coesão do quadro de funcionários. Ponto para os funcionários de RH, cujos cargos de coordenação apresentaram as maiores altas, passando o salário de R$ 6 mil para R$ 7,2 mil. Enquanto a renda do analista de RH pulou de R$ 6mil para R$ 7 mil no mesmo período.

De acordo com o diretor da Page Personnel em Pernambuco, Roberto Picino, o estudo aponta a média salarial do conjunto das cidades incluídas na pesquisa de remuneração. Em relação ao mercado de trabalho local, ele diz que a média salarial cresceu entre 15% e 20% nas contratações realizadas em 2015. O executivo destaca as áreas de tecnologia da informação, construção civil e recursos humanos, entre as que remuneraram melhor os funcionários. “Mesmo com a crise na economia, evidenciamos que houve menos enxugamento e esses profissionais foram mais valorizados.”

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