Um dos maiores temores quando se fala da economia chinesa é a possível existência de uma bolha imobiliária no país. Com uma cultura de guardar dinheiro aliada a inexistência de mecanismos como poupança e a fraqueza da bolsa nacional, muitos chineses optaram guardar dinheiro em imóveis.

Em um país com um déficit imobiliário elevado, criou-se uma demanda ainda superior à oferta – não se podia perder dinheiro em um país onde havia uma enorme massa de pessoas vivendo no campo ansiosos por ir para a cidade. Construiu-se cidades “fantasmas” e prédios enormes que nunca foram ocupados – surgiram cidades com capacidades para milhões que tinham apenas alguns habitantes. Comprava-se imóvel como investimento e não como moradia, não tardou para que os problemas viessem.

Em algumas cidades, a “farra” já acabou, os preços despencaram e levaram diversas pessoas às ruas para protestar, reportou o Wall Street Journal. Gritando palavras de ordem e frases de efeito, como “devolvam nosso dinheiro” e “isso é muito injusto”, as manifestações estão contidas na cidade de Changzhou, cidade de 4,6 milhões de habitantes na província de Jiangsu.

Nesta cidade, uma empresa imobiliária, a Wharf, resolveu cortar os preços do metro quadrado em 20% de alguns de seus empreendimentos para conseguir vendê-los. Um ataque à loja da Wharf se seguiu, derrubando anúncios e jogando todos os móveis no chão – como forma de incomodar o construtor.

“Não somos especuladores, só queremos uma explicação do construtor”, disse um chinês de sobrenome Wu, que comprou um apartamento de 120 metros quadrados por 730 mil iuanes. O mesmo apartamento atualmente está em 610 mil iuanes e deve continuar caindo enquanto os construtores tentam vender as unidades ainda encalhadas.

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