Folha – O senhor trabalhou a serviço da Odebrecht em obras no sítio em Atibaia, no final de 2010?
Barbosa – Eu prestei um serviço para uma empresa contratada pelo proprietário, mas não tem nada a ver com a empresa [Odebrecht]. Dei algum apoio, mas pouca coisa. Estava de férias, em recesso de final de ano.

Fornecedores da obra disseram que o senhor se apresentava como engenheiro da Odebrecht. É verdade?
Eu estava em final de ano, de férias, e foi pedido um apoio lá. Não tem nada a ver com a empresa [Odebrecht].

Mas então para qual empresa o senhor trabalhou?
Vocês têm que pegar o contrato com o proprietário e aí tirar as conclusões. Eu sinceramente dei um apoio muito rápido e final para o cara que me pediu. Foram só coisas de acabamento.

Quem fez esse pedido?
O cara da empresa, o dono da empresa.

Qual era o nome da empresa?
Era uma empresa, cujo dono se chamava Carlos, eu não me lembro do nome dele. Era uma empresa pequena, eu não me recordo qual era a razão social dela. Foi um apoio rápido, como a gente dá apoio para outros projetos em momentos de folga.

Por que fez o trabalho apesar de estar de férias?
Foi só para dar apoio para o Carlos.

O senhor foi contratado? Foi remunerado?
Não, foi um apoio informal, não tive remuneração.

Mas o senhor é engenheiro de obras de grande porte, por que aceitou esse serviço?
Eu faço isso. Não só para ele. O pessoal às vezes pede um projeto de uma creche, de uma piscina. A gente chega lá e faz, é rotina.
Não vou cobrar para fazer uma coisa rápida, que não me afeta nada.

Então o Carlos tem uma relação de amizade com o senhor?
Não é amigo de muita relação, mas é uma pessoa próxima, já trabalhamos juntos em outras obras. Queria ajudá-lo. Isso faz parte da carreira da gente, como um médico ajuda uma pessoa, um advogado ajuda uma pessoa.

Quanto tempo atuou na obra?
Não passou de um mês. Foi só para dar um apoio, como eu faço em outras oportunidades. Era algo pessoal, pontual. Ia lá, olhava e voltava. A obra já estava em andamento, com estrutura pronta.

O senhor tinha conhecimento de que o sítio viria a ser frequentado pela família do ex-presidente Lula?
Não, para mim foi surpresa. Para mim era uma obra comum.

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