Aclamada como uma solução sustentável, pintar o telhado de branco pode não resolver problemas de conforto térmico, segundo um estudo realizado na Poli-USP (Escola Politécnica da Universidade de São Paulo).

O problema é que as tintas imobiliárias são suscetíveis ao crescimento de fungos escuros. Atacado por micro-organismos, o telhado volta a absorver a mesma quantidade de calor devido à cor.
“Nossos estudos mostraram que o início da colonização ocorre já nas primeiras semanas após a pintura, mas os efeitos visíveis a olho nu começam a ser observados a partir do primeiro ano”, explica Márcia Shirakawa, responsável pela pesquisa.

Mesmo com biocida, usado para impedir o crescimento de micro-organismos, as tintas perdem essa capacidade porque o produto é retirado da superfície por ação da água de chuva conforme o tempo de exposição.

“O crescimento de fungos foi superior nas tintas expostas na cidade de São Paulo do que em Belém do Pará”, afirma a pesquisadora.

Possivelmente isso acontece pela poluição atmosférica da capital paulista, avalia.

As tintas podem ficar bastante comprometidas antes de três anos de exposição, o que obrigaria à frequente manutenção do telhado. Para resolver a questão, há outras opções. “É possível usar o sombreamento da unidade habitacional, soluções de isolamento térmico, tetos frios e telhados verdes”, cita Vera Hachich, conselheira do CBCS (Conselho Brasileiro de Construção Sustentável).

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