No dia 17 de outubro, em reunião com presença do reitor da USP Marco Antônio Zago, professores e diretores da Escola Politécnica apresentaram a proposta para a implantação de um novo curso em seu instituto: a Engenharia da Complexidade.

Com inauguração prevista para 2018, curso é uma iniciativa feita em conjunto com o Groupe des Écoles Centrales, grupo de universidades francesas que desenvolveu com a USP as linhas gerais do curso. A Comissão Executiva, no momento, lida com o processo de tramitação da proposta na Escola Politécnica, enquanto trata das questões legais e financeiras da implantação do projeto.

A Engenharia da Complexidade terá uma abordagem mais geral que os demais cursos da Politécnica, visando formar profissionais preparados para a nova distribuição global dos meios de produção, capazes de lidar com problemas complexos e enfrentar os principais desafios da Engenharia deste século. “A idéia principal é de tratar dos desafios de concepção, projeto e gerenciamento da produção e do trabalho que se descortinam, a partir de uma abordagem que considere aspectos técnicos, sociais, humanos, econômicos, ambientais em patamares similares.”, afirma o prof. Laerte Idal Sznelwar, coordenador da Comissão Executiva do Programa POLI-GEC de Engenharia da Complexidade.

O programa será fortemente ancorado em disciplinas de base para a engenharia, como a matemática, porém a constituição do currículo do curso permite a integração de conceitos de diferentes áreas do conhecimento e que o profissional de engenharia deve considerar na sua atividade profissional. De acordo com Sznelwar, a idéia não é a de constituir disciplinas novas, mas sim de buscar integrar conhecimentos distintos, assim como métodos para abordar os problemas da sociedade que tenham sua origem em diferentes campos do conhecimento.”

O aluno e futuro profissional em Engenharia da Complexidade será instruído a levar em consideração diferentes fatores de um projeto, que exigem conhecimentos em áreas como economia, direito, antropologia, sociologia, filosofia, ciências do trabalho, psicologia e até saúde.

“Com isto não estamos buscando criar um ‘multi’ profissional que saiba tudo. Ao contrário, a ideia fundamental é que é necessário que o processo de aprendizagem mostre claramente quais são as possibilidades e limites que temos e como, através de uma atuação conjunta com outros profissionais, poderemos buscar soluções que efetivamente contribuam para o desenvolvimento da sociedade e da cultura.”

Sznelwar prevê que o mercado para os futuros formandos do curso se abrirá em diversos tipos de instituições públicas e privadas, que cada vez mais demandam um profissional com capacitação para integrar diferentes aspectos dos problemas. “Trata-se da capacidade que os profissionais têm para tratar daquilo que ainda não se conhece, do incerto, daquilo que ainda precisará ser feito.”

Santos

Além disso, o curso não seria instalado na Escola Politécnica da capital paulista, porém na unidade em Santos, onde é ministrado o curso de Engenharia de Petróleo desde 2012.

“Não se trata exclusivamente da questão do gás e do petróleo, mas também, do desenvolvimento de uma matriz energética mais ampla, de resolver questões fundamentais de logística”, afirma Snelwar.

“[O curso trata] de melhorias no porto e na construção de novas soluções portuárias, de desenvolvimento urbano, de integração de ações de mobilidade urbana e regional, de recuperação e preservação ambiental, do desenvolvimento de centros de inovação tecnológica, do fomento ao turismo, de tratar das questões dos serviços de saúde, dos processos de vigilância epidemiológica relacionados com riscos industriais, do desenvolvimento de processos de exploração dos recursos do mar e da sua reprodução.”

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