É considerada mais do que urgente a necessidade de se deflagrar uma  operação  para destravar a construção – que será uma consequência do destravamento da economia. Esta, em síntese, é a mensagem de lideranças da construção, no fechamento do ano mais crítico de que se tem notícia para esse setor, que tradicionalmente é uma das bases mais sólidas para a garantia do crescimento brasileiro.

Em encontro com a imprensa, no Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (Sinducson-SP),  o presidente da entidade, José Romeu Ferraz Neto, disse que é fundamental, para a retomada das medidas destinadas ao ajuste fiscal, e à  manutenção do grau de investimento, “uma solução rápida da crise política”.  E, Eduardo Zaidan, vice-presidente de Economia, afirma que “em alguma hora, em algum momento, as nuvens que estão turvando a nossa vista vão acabar se dissipando”. Mas essa hora não chega e, embora o setor, por intermédio de suas entidades,  continuem realizando o trabalho institucional de mostrar saídas para a crise, o governo continua imobilizado.

Quando aquelas nuvens se dissiparem será imediatamente criado o ambiente para o ajuste  fiscal, os marcos regulatórios, a atração dos capitais privados nacionais e internacionais para as novas concessões e PPPs, o prosseguimento do programa Minha Casa/Minha Vida e – quem sabe? – até para a ressurreição do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), hoje morto e enterrado, segundo Luiz Antonio Messias, vice-presidente deObras Públicas do sindicato.

Por ora, conforme a análise feita no encontro pela economista Ana Maria Castelo, coordenadora de projetos Ibre/FGV, a situação está no seguinte pé: o Sinduscon-SP projeta uma redução de 5% no PIB da construção, havendo um recuo de 8,4% no PIB setorial de janeiro a setembro último. E, caso não haja solução política de urgência, as nuvens a que Eduardo Zaidan se refere só deverão dissipar-se a partir de 2017.

Outro dado importante divulgado pela entidade diz respeito à produtividade da construção, considerando o período de 2003 a 2013: o Brasil está abaixo da média de 17 países. A China, que é o último país nesse ranking, está se mexendo e, se prosseguir assim, e o Brasil não tomar cuidado, pode mudar de posição. Pela listagem, os primeiros lugares ficam com a Espanha, França e Estados Unidos.

Construção industrializada

Sondagem da Fundação Getúlio Vargas (FGV), realizada para a Associação Brasileira da Construção Industrializada de Concreto (Abcic), presidida pela engenheira Íria Doniak, revela que ao longo de 2014 a produção de pré-fabricados de concreto alcançou a marca de 1.035.628 m³, sendo de 25.891 m³ a produção média por empresa. No período, a produção de materiais de construção, segundo o IBGE, registrou declínio de 5,9%. O desempenho menos negativo da indústria de pré-fabricados se deve à grande diversidade de atuação do segmento.

Em relação à demanda em 2015, shoppings e plantas industriais se mantiveram como os principais destinos das vendas. Já o segmento de infraestrutura, que vinha crescendo, voltou a cair várias posições e, este ano, representou apenas 8,4% da demanda das indústrias de pré-fabricados. Em 2014 a participação alcançou 14,3%. Contudo, entre as empresas do segmento, um número expressivo de empresas está na expectativa de um aumento da produção em 2016.

Engenharia consultiva

A presidência do Sindicato Nacional das Empresas de Arquitetura e Engenharia Consultiva (Sinaenco), presidida pelo engenheiro José Roberto Bernasconi, que acaba de ser reeleito, projeta agenda prepositiva para 2016.  Na posse ele mostrou que em diversas circunstâncias e contextos geopolíticos e econômicos o Brasil está perdendo o bonde da história e precisa mudar de rumo.

Obras públicas

A Associação Paulista de Empresários de Obras Públicas (Apeop) aposta num cenário de mudanças políticas para que o País saia do atual impasse da economia.

Por: Nildo Carlos Oliveira

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