Enquanto o Inovar-Auto, a política industrial do governo para o setor automotivo aplicada de 2013 a 2017, caminha para seu último ano de vigência, a eficiência energética dos veículos vendidos no Brasil emerge como principal resultado a ser medido ao fim de programa, e servirá de base para a possível continuação do projeto. Este será o tema central das palestras e painéis do 24º Simea (Simpósio Internacional de Engenharia Automotiva), que este ano acontece nos dias 5 e 6 de setembro em São Paulo.
“As palestras e debates devem apresentar uma visão geral da evolução do modelo de eficiência energética adotada para veículos no Brasil a partir de 2012, e também abrir uma janela para o futuro dessa política após o fim do Inovar-Auto, em 2017”, explica o coordenador do evento, Rogério Gonçalves, consultor sênior de produtos da Petrobras e diretor de combustíveis da AEA (Associação de Engenharia Automotiva), que promove anualmente o Simea.
Com 80 associados entre fabricantes de veículos, autopeças e fornecedores de insumos, a AEA faz a interlocução técnica entre a indústria e o governo para formulação de políticas e legislações para o setor, sobre temas como emissões de poluentes, inspeção veicular e manutenção. “Temos sido cada vez mais consultados como um órgão independente para elaboração de programas e regulação, pois levamos o ponto de vista de toda a cadeia produtiva, não só das montadoras”, diz Gonçalves. No Simea, ele avalia que muitos dos debates servirão de base para futuros programas industriais. “Temos uma programação bastante robusta para isso este ano”, destaca.
Dois painéis de debates vão discutir as soluções tecnológicas para elevar a eficiência energética dos veículos sob dois pontos de vista. No dia 5 de setembro, no painel “Novas Tecnologias de Motores”, diretores de engenharia e pesquisa e desenvolvimento de empresas como Magneti Marelli, Mahle, Bosch e BMW vão falar sobre a evolução dos motores e sua visão sobre o Inovar-Auto. No dia seguinte será a vez de engenheiros da Afton, Michelin, FCA e ZF trazerem à tona os outros elementos que influenciam a economia de combustível e redução de emissões, como transmissões, pneus, aerodinâmica e combustíveis.
O Simea também terá cinco palestras, sendo que na primeira delas o governo vai apresentar sua visão sobre o Inovar-Auto e seus resultados. A palestrante será Margarete Gandini, diretora do departamento de equipamentos de transporte do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, o MDIC. A visão econômica sobre o tema da eficiência energética veicular será apresentada pelo consultor Stephan Keese, da Roland Berger. Na sequência, Gianni Lopez, diretor do Centro Mario Molina do Chile, falará sobre os exemplos de programas de eficiência já adotados em diversos países.
As palestras do segundo dia do Simea vão abordar o cenário futuro da eficiência energética veicular. Keijiro Takai, que lidera a equipe de assuntos governamentais e regulação de emissões de poluentes da Toyota, irá abordar as tendências conhecidas e a importância da previsibilidade para a adoção de políticas viáveis, enquanto o pesquisador William Wills, coordenador do Laboratório Interdisciplinar de Maio Ambiente (Lima) da UFRJ, falará sobre o possível futuro dos programas de redução de consumo e emissões no Brasil.
Além das palestras e painéis centrais, o Simea também terá este ano 60 sessões técnicas, com apresentações de trabalhos de engenheiros do setor. A AEA estima receber cerca de 1,2 mil participantes no evento que acontecerá no Centro de Convenções Rebouças, em São Paulo. Mais informações e a programação completa podem ser encontradas no site www.simea.org.br/2016.