Depois de registrar sucessivos saldos negativos no nível de emprego, o setor da construção civil voltou a contabilizar aumento no número de vagas de trabalho em Bauru. Apesar de ainda tímido, o crescimento aponta para uma estabilização que sinaliza para a retomada do aquecimento deste segmento de mercado, que, em um passado recente, viveu uma fase pródiga.

Segundo estudo recente elaborado pelo Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (SindusCon-SP) em parceria com a FGV-SP, o estoque de postos de trabalho no comparativo anual dos meses de abril de 2016 e 2017 teve alta de 0,41%, com criação de 68 vagas em 12 meses. Se, em abril do ano passado, o estoque era de 16.427 empregos, no mesmo mês deste ano o acumulado chegou em 16.495 trabalhadores com carteira assinada em atuação no setor.

Nas principais cidades abrangidas pela diretoria regional do SindusCon-SP, apenas Bauru registrou nível positivo de emprego no período. As demais – Botucatu, Jaú, Marília, Avaré e Lins – tiveram postos de trabalho extintos. O levantamento leva em conta dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho, e da Relação Anual de Informações Sociais (Rais).

Diretor regional do SindusCon-SP em Bauru, Ricardo Aragão, explica que o resultado foi recebido com otimismo porque, durante os últimos anos, a cidade sofreu quedas sucessivas no número de trabalhadores com carteira assinada. “Tivemos dificuldade de aprovação de projetos no município por conta de leis confusas e obsoletas e, depois, o cenário econômico e político do País impactou muito o setor”, explica.

Em consonância com o bom momento, será realizado neste mês o Feimóveis, com patrocínio da Caixa Econômica Federal (veja box ao lado).

‘SADIO’

O presidente da Associação dos Engenheiros, Arquitetos e Agrônomos (Assenag), Luiz Bombonato Filho, também avalia que a crise política brasileira ainda trava o avanço de investimentos, principalmente estrangeiros, que sejam capazes de fomentar o segmento. “Há um clima de incerteza que é prejudicial. Mas, a partir de agora até as vésperas das eleições, quando o ritmo deve desacelerar um pouco, esperamos que este cenário melhore e que o País volte a crescer”, frisa.

Mesmo neste contexto, segundo ele, a busca por profissionais que atuam na construção civil é crescente em Bauru e região. “Na Assenag, recebemos muitos currículos de profissionais e, ultimamente, temos tido mais sucesso para inserir estas pessoas no mercado de trabalho. Isso mostra que há um movimento, mesmo que lento, de recuperação da economia”, observa.

Diretor da regional do Sindicato da Habitação (Secovi) em Bauru, Riad Elia Said, aponta que, assim como os profissionais de engenharia e arquitetura, a atividade imobiliária também se conecta à construção civil e, portanto, depende dos mesmos fatores conjunturais para se recuperar. E a comercialização de imóveis, ele garante, segue em ritmo considerado “sadio”.

“O cenário está estável, mas o mais importante é que nunca tivemos um momento trágico durante a crise, com devolução em larga escala de unidades de um empreendimento ou falta de lançamentos. E isso, direta e indiretamente, impacta na geração de empregos na construção civil”, completa.

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