Atualmente, tem-se agregado cada vez mais medidas sustentáveis à construção civil, a fim de reduzir a emissão de poluentes e diminuir a agressão ao meio ambiente. Pesquisas realizadas por empresas de consultoria mostram que empreendimentos verdes reduzem em até 30% o consumo de energia, em 50% o consumo de água, em 35% a emissão de C02 e em até 90% o descarte de resíduos, além de garantir um ambiente interno mais saudável e produtivo. Neste sentido, os selos de certificação e rotulagem neste setor vêm crescendo em resposta a uma demanda social.

O conceito de construção sustentável baseia-se no desenvolvimento de modelos que permitam â construção civil enfrentar e propor soluções aos principais problemas ambientais de nossa época, sem renunciar à moderna tecnologia e a criação de edificações que atendam as necessidades de seus usuários. De acordo com o Instituto Brasileiro de Desenvolvimento da Arquitetura, a construção sustentável ou bioconstrução “deve contemplar o aproveitamento do meio natural sem causar prejuízo algum sobre a sustentabilidade, devendo aplicar o desenvolvimento tecnológico para a concretização de uma maior poupança energética e a diminuição dos resíduos, sem esquecer o aspecto estético, um dos vários fatores que determinam a habitação”.

Para o engenheiro Júlio César de Almeida, essa é uma tendência que veio para ficar e está cada vez mais forte. “De acordo com um levantamento do Processo Alta Qualidade Ambiental (Aqua), nos últimos dois anos o número de edificações habitacionais certificadas cresceu mais de 15 vezes. Atualmente, o Aqua possui 87 estabelecimentos certificados com seu selo, entre eles, indústrias, escritórios, escolas, hotéis e shopping. Ao considerar o cenário brasileiro, atualmente existem 79 empreendimentos já certificados com o selo Leadership in Energy and Environmental Design (Leed) e 640 registrados em processo de certificação. Além disso, o Brasil figura na quarta posição do ranking mundial”, esclarece o engenheiro.

Em Sorocaba é possível ter como exemplo de construção sustentável o Sesc da cidade, que fica instalado em um edifício verde que possui a certificação Leed, uma das mais disseminadas no mundo e que avalia todo o ciclo construtivo, do projeto à obra, da obra à futura operação do empreendimento, e pôde ser obtida mediante uma pontuação cuja soma classificou a unidade da cidade segundo o padrão Prata. Esse nível de certificação atesta que a implantação foi sustentável, pois houve reduzido impacto ecológico em área urbana, tanto na prevenção da poluição do solo, quanto do ar e da água, durante a construção. “Os governos municipais possuem grande potencial de atuação na temática das construções sustentáveis. As prefeituras podem induzir e fomentar boas práticas por meio da legislação urbanística e código de edificações, incentivos tributários e convênios com as concessionárias dos serviços públicos de água, esgotos e energia”, afirma Almeida.

Para implementar essas medidas em empreendimentos, a fim de atingir os objetivos e padrões sustentáveis, a consultoria técnica torna-se uma ferramenta muito importante. “A consultoria visa apresentar soluções sustentáveis aplicadas, de acordo com o perfil do cliente, da obra, do local de implantação, do ecossistema, do entorno, dentre outros fatores”, finaliza.

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