A Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) estima que o setor da construção tenha perdido mais de R$ 5 bilhões durante os dias de paralisação dos caminhoneiros nas estradas brasileiras. Segundo a entidade, a expectativa é de que o setor ainda leve de duas a três semanas para retomar suas atividades normais.

Em Santa Catarina, o Observatório da Indústria Catarinense afirma que 56% das empresas da indústria e construção foram afetadas diretamente com o movimento. Desse número, cerca de 41% estimam que terão até 10% do faturamento mensal afetado e outras 22% estimam que o prejuízo será superior a 30%. A pesquisa também mostra paralisação de 52% das obras do setor da construção e idem no número de empresas que se queixam de falta de cimento, concreto ou argamassa.

Na Região Norte, o Pará também sofre com o abastecimento nas obras. O estado não possui um polo industrial capaz de produzir internamente os insumos, e, portanto, depende da entrega de materiais pela via rodoviária. Com isso, “o desabastecimento é generalizado”, comenta Alex Dias Carvalho, presidente do Sindicato da Indústria da Construção do Estado do Pará (Sinduscon-PA). Alex Carvalho defende a normalidade para o setor que já vem de uma sequência de dificuldades: “nós não temos força suficiente para aguentar mais solavancos”.

Assim como os caminhoneiros, as empresas da construção civil – sobretudo do setor de infraestrutura –também estão sofrendo os impactos da política de preços da Petrobras. Na última semana, a CBIC e o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) se reuniram para discutir soluções para as consecutivas altas de preços nos materiais asfálticos, cuja produção no País é um monopólio da estatal.

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