A Justiça Federal do Paraná dará início, nesta terça-feira (10), aos interrogatórios dos réus da ação penal que envolve executivos da empreiteira Andrade Gutierrez, que foi alvo da 14ª fase da operação.

A empresa é uma das maiores empreiteiras do país e investigada no esquema de corrupção envolvendo a Petrobras.

Nesta terça serão interrogados os réus Alberto Youssef, preso na carceragem da Polícia Federal (PF), e o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, que cumpre regime semiaberto. Ambos são delatores do esquema. A audiência está marcada para começar às 9h30.

Além de Costa e Youssef, também são réus neste processo o presidente afastado da Andrade Gutierrez Otávio Marques de Azevedo, que está preso no Complexo Médico Penal em Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba, o ex-diretor da Petrobras Renato Duque, detido também no Complexo Médico.

Entre os crimes citados na ação penal estão formação de quadrilha, corrupção ativa, corrupção passiva e organização criminosa.

De acordo com o Ministério Público Federal (MPF), e a Polícia Federal (PF), a Andrade Gutierrez e a Odebrecht agiam de forma mais sofisticada no esquema de corrupção e fraudes de licitações da Petrobras.

Elas formavam um cartel, obtendo preços favoráveis e, com isso, lucros extraordinários. Parte do lucro excedente era usada para pagar propina a agentes públicos e partidos políticos, conforme os procuradores.

Foi a partir dos depoimentos de Paulo Roberto Costa que os policiais desvendaram como funcionava a distribuição de recursos desviados da Petrobras. Empreiteiras que mantinham contratos com a estatal superfaturavam os valores dos serviços que prestavam, por meio de contratos aditivos às obras.

Parte dos valores do superfaturamento era usado para pagar propina a diretores da Petrobras e também para abastecer o caixa de partidos políticos, no caso o PT, PMDB e PP.

Já Alberto Youssef foi preso no início da Operação Lava Jato, em março de 2014, e está detido na carceragem da Polícia Federal em Curitiba. Ele é o principal delator do esquema e é considerado como peça-chave nas investigações da Lava Jato.

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