O jornal francês Le Monde trouxe em sua versão impressa de terça-feira (7) uma reportagem de página inteira sobre o escândalo da construtora brasileira Odebrecht, envolvida em um esquema de propinas com ramificações em vários países.

O texto, redigido por jornalistas e correspondentes em várias partes do mundo, relata que a Odebrechtfazia parte de um cartel formado por outros grupos da construção civil, que compartilhava as licitações públicas da Petrobras.

Monde conta que esses contratos, “superfaturados”, eram assinados em troca de generosas contrapartidas aos diretores da Estatal, através de pagamentos ilícitos a políticos de todas os partidos”.

De acordo com Le Monde, a gigante da construção civil, que está à frente de 2 mil projetos em 30 países, implementou esse esquema muito além das fronteiras brasileiras e acrescenta que a Odebrecht distribuiu milhões de dólares na América Latina e África graças ao que o jornal chama de “departamento de propinas”.

A reportagem traz uma lista dos países envolvidos no escândalo, e mostra como vários líderes políticos podem estar envolvidos no esquema. Monde aponta dados do departamento de justiça dos Estados Unidos, que afirma que o sistema de propinas teria permitido ao grupo brasileiro ganhar, de forma indevida, quase US$ 1,5 bilhão.

Um dos principais países apontados é a Venezuela, onde o desvio de dinheiro pode chegar a US$1 bilhão. Em seguida, informa Le Monde, vem a República Dominicana, terceira nação que mais registrou propinas depois do Brasil e da Venezuela.

Le Monde destaca os contratos da empresa brasileira no continente africano e fala informa que em Angola, onde a Odebrecht está presente há trinta anos e é o primeiro empregador privado do país, o grupo pagou US$ 50 milhões entre 2006 e 2013 a representantes do governo para obter contratos públicos e embolsar US$ 262 milhões.

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