Ferramenta ainda popular entre pequenas construtoras, a planilha de orçamento pode ajudar nos primeiros passos da gestão de custos, mas apresenta sérias limitações conforme o volume de obras cresce.

Em meio a tantos desafios na construção civil, a organização financeira segue sendo uma das maiores dores dos gestores. Para quem está começando, uma planilha gratuita de orçamento de obra parece ser a solução ideal: simples, acessível e adaptável.

Esse tipo de ferramenta, amplamente procurada por pequenas e médias construtoras, ajuda a estimar custos, prever materiais e distribuir melhor os recursos. A proposta é clara: evitar o desperdício e manter os gastos sob controle. Porém, especialistas alertam que esse recurso, por mais útil que seja no início, não acompanha o ritmo de crescimento do setor.

“A planilha te ajuda a começar. Mas quando a obra cresce, ou quando se lida com várias obras simultaneamente, ela se torna frágil”, comenta um consultor do setor.

Estudos recentes mostram que o desvio entre o orçamento previsto e o custo real de uma obra pode ultrapassar 20%mais precisamente, 21,7%, segundo levantamento da Deloitte junto a construtoras brasileiras. O dado acende um alerta para empresas que ainda baseiam seu planejamento em arquivos isolados e sem integração com outras áreas do negócio.


As limitações que os gestores enfrentam

O uso de planilhas impõe desafios importantes:

  • Falta de integração entre orçamento, compras e financeiro
  • Perda de versões e retrabalho por falta de controle centralizado
  • Dificuldade em manter históricos e analisar desvios
  • Falta de rastreabilidade em alterações e tomada de decisões

Em muitas empresas, as planilhas acabam funcionando como “ilhas” de informação, dificultando a fluidez dos dados e comprometendo a precisão do planejamento.


A busca por soluções mais profissionais

A necessidade de uma gestão mais integrada tem levado muitas empresas a adotarem sistemas especializados (ERPs) que conectam o orçamento às demais áreas da empresa. Um exemplo é o SIECON, que integra o orçamento com módulos de suprimentos, financeiro e engenharia. Isso traz mais eficiência para o processo, ao contrário das planilhas isoladas, que podem gerar falhas e inconsistências nos números..

Com ele, é possível:

  • Criar versões diferentes de orçamento para o mesmo empreendimento
  • Reutilizar composições e insumos com segurança
  • Gerar históricos e relatórios de forma automática
  • Garantir que a informação flua entre todas as áreas envolvidas

Além disso, o sistema permite o detalhamento por blocos, fases ou unidades construtivas — facilitando a análise e o planejamento de obras mais complexas.


Planilha ou ERP? O que muda na prática

A comparação entre a planilha e um sistema de gestão revela uma mudança importante: enquanto a primeira ajuda a começar, o segundo ajuda a crescer com segurança.

É comum que empresas que inicialmente se apoiam em planilhas acabem buscando um ERP à medida que ganham maturidade, multiplicam os empreendimentos e precisam tomar decisões com base em dados confiáveis.


O que o mercado está dizendo

Diversas construtoras que passaram pela transição relatam ganhos em controle, produtividade e confiabilidade. A credibilidade diante de clientes, parceiros e investidores também aumenta — afinal, processos organizados e rastreáveis transmitem profissionalismo e segurança.

Para quem ainda está começando, a planilha gratuita pode ser um bom primeiro passo. Mas a reflexão é inevitável: até quando ela será suficiente?