Professora quer trocar a profissão por uma vaga na construção civil

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A professora Iraci Silva, de 41 anos, moradora do bairro São José, Zona Norte de Macapá, entrará em uma nova fase da vida profissional. A macapaense irá substituir os anos dedicados a educação infantil para se concentrar nas aulas do curso de pintura de obras e azulejista, promovido pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), que iniciou nesta sexta-feira (15).

Iraci contou que nunca imaginou que um dia pudesse atuar na construção civil, mas quando soube que teria um curso na área resolveu participar.

“Na televisão eu via muitas mulheres trabalhando em uma grande construção e me deu vontade de querer fazer parte daquela equipe. Quero me profissionalizar e mostrar para muita gente que não é só o homem que tem capacidade de se destacar nesse setor. Não vou ter medo do preconceito”, disse a aluna, otimista.
Segundo dados do Ministério do Trabalho, o número de mulheres na construção civil aumentou 65% em todo o país. O número equivale a 8% do total de profissionais da área.
Quem também vai fazer parte da turma é a dona de casa Neidiane de Souza, de 41 anos. A moradora do bairro do Muca, Zona Sul de Macapá, contou que sempre cuidou do serviço “mais pesado” em casa e diz que não vai ter medo de enfrentar o novo desafio.

[pull_quote_right]Iraci Silva diz que não vai ter “medo do preconceito”.
Curso é o primeiro promovido pelo Senai-AP para as mulheres.[/pull_quote_right]
“Meu pai é carpinteiro e aprendi muito com ele. Quero muito passar por esse curso para aprender mais coisas. Essa capacitação vai me ajudar a realizar meu sonho de me tornar uma arquiteta”, declarou.

Segundo o diretor de operações do Senai, Adriano Cardoso, é a primeira vez que a entidade realizará a capacitação no estado através do projeto “Mulheres na Construção Civil”. Durante quatro meses, 100 mulheres passarão por aulas técnicas e teóricas sobre o setor. A carga horária é de 304 horas. Nesta sexta-feira ocorreu a aula inaugural do curso.

“Como as mulheres são mais detalhistas elas ganham espaço na parte de acabamentos e retoques na construção. Elas ajudarão a dar qualidade ao trabalho já exercido por homens”, declarou.

No Amapá, o presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil (Sinduscon), Glauco Cei, destacou que o mercado de trabalho na área tem absorvido cada vez mais trabalhadoras do segmento.

“Já podemos constatar que as mulheres não têm deixado a desejar no manuseio de máquinas pesadas e no trabalho braçal. Daqui a alguns anos elas estarão em um número tão expressivo nas construções quanto o de colaboradores do sexo masculino”, previu.

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