Agir, sair do imobilismo, diferenciando-se da concorrência pelo comprometimento. Essa é a receita de José Carlos de Arruda Sampaio, diretor da JDL Qualidade e Segurança do Trabalho e Meio Ambiente e colunista da Notícias da Construção, para enfrentar o momento de baixa atividade previsto para 2015.

Segundo Sampaio, as maiores oportunidades estão nos piores momentos. Crises institucionais, políticas, econômicas ou sociais, lembrou o especialista, fazem parte da história da humanidade e sempre foram superadas com grandes avanços – principalmente tecnológicos. “Esses episódios são necessários para dar uma chacoalhada em todo mundo. Sem eles a gente não cresce”, afirmou.

Estar preparado estrategicamente para os picos de baixa é fundamental, acrescentou Sampaio, principalmente em setores de ciclo longo, como a construção civil. “Vejo a má gestão como um dos grandes gargalos para a produtividade. Em cenários como esse, com perspectiva de crescimento próximo de zero, quem vê a oportunidade e não se deixa paralisar pelo medo, com certeza sairá na frente”, afirmou.

Trabalhador precisa se sentir valorizado, diz Sampaio
Trabalhador precisa se sentir valorizado, diz Sampaio

Na sua avaliação, a construção brasileira ainda trabalha com um sistema de produção arcaico. Prova disso, acrescentou, é que a produtividade brasileira no setor corresponderia a um terço da norte- -americana.

De acordo com o especialista, o momento é ideal para o empresário rever seus processos internos de gestão e planejamento, investindo na conquista do comprometimento de seus trabalhadores. “Só se fala em custo e prazo. Raramente vejo um processo real de gestão de pessoas dentro das empresas.”

Para começar a corrigir essa falha, ele recomendou a adoção de programas internos que levem o trabalhador a se sentir parte do processo produtivo. Isso é possível através da informação e da participação dentro dos canteiros. “O comprometimento deve ser recíproco. Para ter uma equipe engajada é preciso que ela se sinta valorizada pelo empregador, sendo parte do processo produtivo e não apenas uma peça descartável”, destacou Sampaio.

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