A urgência em se aplicar políticas e metodologias sustentáveis é evidente, tanto que o volume de investimentos do segmento da construção civil também aumentou significativamente nos últimos cinco anos. Foi em resposta às necessidades de mercado que a arquiteta Barbara Gimenez foi atrás de mais conhecimento na área.

Especialista em Engenharia de Segurança na Universidade Estadual de Londrina (UEL) e com MBA em Construções Sustentáveis pelo Instituto Brasileiro de Educação Continuada (INBEC), ela tem credenciamento Leadership in Energy and Environmental Design (LEED) AP BD+C pelo Green Building Council Institute (GBCI). Bárbara faz parte do pequeno grupo de 250 profissionais brasileiros com esse credenciamento.

“O processo de certificação é bastante específico e não faz parte da formação profissional universitária, por isso resolvi buscar o credenciamento profissional junto ao GBCI para atestar meu conhecimento sobre construção sustentável e garantir aos clientes a qualidade do trabalho”, afirma.

O credenciamento é dado por meio de duas provas, nas quais o candidato deve ter, pelo menos, 85% de acerto. A primeira comprova a competência nos princípios e nas práticas sustentáveis, conferindo ao requerente bem-sucedido a credencial LEED Green Associate. A segunda, que só pode ser feita após êxito na primeira, certifica o conhecimento profundo nos sistemas de classificação do selo LEED e proporciona ao candidato aprovado a credencial LEED Accredited Professional (LEED AP). Até fevereiro, o País tinha 122 profissionais LEED Green Associate e 128 LEED AP.

Candidatos que desejam se credenciar pode seguir o mesmo caminho de Bárbara e realizar antes um MBA na área de sustentabilidade, que ajuda na preparação. Além da arquitetura, há oportunidades em todas as especialidades da engenharia.

Marcos Casado é engenheiro civil e diretor técnico da Sustentech Desenvolvimento Sustentável. Ele esteve em Maringá em 2013 e 2014 a convite da Unicesumar para proferir palestras sobre sustentabilidade e certificação LEED para acadêmicos dos cursos de Arquitetura e Engenharias.

O campo das construções sustentáveis está em franco desenvolvimento, tanto que o Brasil já está entre os três países do mundo com maior volume de projetos registrados (em andamento) e já é o quarto em número de projetos certificados. Esse crescimento tem reflexos no mercado de trabalho. O segmento de “construções verdes” cresce 15% ao ano, aumento de demanda que valoriza os profissionais credenciados. Para eles, segundo Marcos, os ganhos são 20% superiores, em razão dessa especialização.

A arquiteta Bárbara Gimenez está bem satisfeita com a conquista, mas enfatiza que o credenciamento é só o começo. “Trabalhar com certificação de construções exige muita leitura e atualização constante”, lembra. O LEED melhora o desempenho dos edifícios, reduz custos e valoriza o imóvel.

Como o selo comprova a sustentabilidade do empreendimento, muitas das ações reduzem impactos ambientais: plano de controle de erosão e sedimentação, cumprimento rigoroso do plano de gerenciamento de resíduos, destinação correta dos resíduos e seleção criteriosa de fornecedores e de materiais. A maior dificuldade ainda é mudar a cultura de como se constrói no País, algo que só se consegue com treinamentos e esforço de todos.

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