A presidente reeleita Dilma Rousseff precisará dar início imediato a uma sinalização para acalmar o mercado, disse o presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (Sinduscon-SP), José Romeu Ferraz Neto. Segundo ele, se a petista mostrar nos próximos meses que está disposta a fazer ajustes na economia, o setor de construção poderá crescer até 3% no ano que vem.

“Qualquer que fosse o presidente, algumas mudanças teriam de ser feitas de toda maneira”, disse Ferraz em entrevista ao Broadcast. “Em sendo Dilma a eleita, ela tem uma chance muito importante de iniciar os ajustes imediatamente.” Ele apontou a definição da equipe econômica, o aperto fiscal, mudanças na política monetária e reajustes dos preços controlados como medidas necessárias ao próximo governo.

Para o presidente do sindicato, o discurso de Dilma na noite deste domingo, logo após a divulgação do resultado, sinaliza para um desejo de mudança imediata. Na fala, a presidente reeleita afirmou que vai estimular o diálogo com todas as forças produtivas do País “antes mesmo do início do próximo governo”.

O Sinduscon-SP espera que, com a reeleição, o Minha Casa Minha Vida se torne um programa perene de Estado. Os ajustes, segundo Ferraz, serão inevitáveis e devem seguir a linha com o que já havia sido sinalizado pelo governo. Em setembro, Dilma anunciou a terceira etapa do programa e prometeu a construção de três milhões de casas entre 2015 e 2018.

A confiança do empresariado também vai melhorar se a presidente sinalizar mudanças em sua política econômica ainda este ano, acredita o presidente do Sinduscon-SP. “Se houver um choque na condução da economia, a confiança aumenta e teremos uma reversão muito rápida desse cenário negativo”, disse ele. Segundo o sindicato, o setor de construção deve chegar ao fim deste ano estável, sem nenhum avanço.

O nível de emprego da construção, destaca Ferraz, caiu muito pouco, mesmo com a piora no cenário econômico. Ele afirmou, no entanto, que o índice pode piorar se não houver uma sinalização de ajustes que impulsionem a confiança no futuro da economia.
“O que sentimos é que houve pouco lançamento e venda no mercado imobiliário neste ano, mas o setor de construção continua produzindo”, disse o presidente do sindicato. “O que pode acontecer é uma piora do nível de emprego, se não houver sinalização de melhora para frente.”

Para Ferraz, o governo deve manter a política de diálogo com os setores produtivos no segundo mandato, aproximando-se do mercado. De acordo com ele, é necessário que todos os segmentos estejam alinhados com a presidente para que o País volte a crescer.

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