O geoprocessamento vem apresentando diversas alternativas para quem atua nas áreas de planejamento urbano, licenciamento de obras e construção. É por meio do geoprocessamento que se obtém informações espaciais e análises complexas sobre determinado território, gerando informações precisas sobre as condições do uso e da ocupação do solo, bem como a situação da infraestrutura pública, por exemplo. O Boletim de Tendência deste mês apresenta os serviços que podem ser disponibilizados a partir do geoprocessamento.

CONCEITO

O geoprocessamento é o serviço que engloba diversas técnicas relacionadas à informação espacial, realizando captação, tratamento e análise de imagens de superfícies. Por meio dessas tecnologias, é possível exibir e analisar as características do território. As técnicas mais comuns são: topografia, fotogrametria, sensoriamento remoto, posicionamento por satélite, geoestatística, banco de dados geográficos, web mapping e Sistemas de Informações Geográficas (SIG).

SIG

O uso de tecnologia no geoprocessamento é fundamental para a precisão dos dados. O SIG é um tipo de geotecnologia que engloba metodologias, recursos humanos (captando dados), GPS (coletam informações de geolocalização) e demais softwares utilizados no processo de captação de informações. Todos esses recursos compõem o SIG. No SIG ocorre a inserção dos dados e o cruzamento para realizar as análises sobre determinada região.

APLICAÇÕES

A utilização das geotecnologias na construção civil ocorre ao longo de todo o processo de uma obra: estudos iniciais, anteprojeto, projeto, planejamento, execução e procedimentos de manutenção. O uso desse tipo de tecnologia produz efeitos sensíveis no aumento da qualidade e da produtividade, e consequente impacto na redução dos custos.

1 – Geoprocessamento como oportunidade

Atualmente, as geotecnologias permitem realizar análises espaciais de perímetros urbanos, possibilitando constatar dados físicos, demográficos, geográficos, topográficos e de infraestrutura. Com essa riqueza de informações, o serviço pode ser aplicado na construção civil de diversas maneiras.

Confira quatro tendências de serviços em que o SIG pode ser oferecido no mercado:

– Cadastro predial
– Cadastro de infraestrutura
– Planejamento urbano
– Expansão de unidades habitacionais

2 – Cadastro predial

O cadastro predial é o registro do imóvel realizado por órgãos públicos. Eles são responsáveis por captar as informações e oferecer dados a respeito de zonas urbanas para a população, seja via mapas ou descritivos memoriais. Assim, o município que já adota o geoprocessamento com o SIG costuma ser mais eficiente quanto ao controle de IPTU no orçamento municipal. As incorporadoras e os consumidores da região também ganham, na medida em que a gestão da demanda passa a ser mais eficiente.

O cadastro predial impacta diretamente no IPTU, pois esse imposto é calculado com base nos dados de registro. Em casos em que o SIG é utilizado como fonte de informação, percebe-se maior precisão e cobranças mais assertivas de valores. Também se verifica que os registros prediais são fundamentais para a gestão do zoneamento, pois oferecem dados sobre o uso territorial e instrumentalizam o planejamento municipal de acordo com a legislação vigente.

3 – Cadastro de infraestrutura

O cadastro de infraestrutura é o registro de dados referente à infraestrutura de determinada região. São informações como cabeamento, iluminação, rede de água e esgoto sobre determinado lugar. Os dados sobre determinada região são complementares e mais abrangentes que o cadastro predial. Esses dados auxiliam tanto na gestão pública quanto as construtoras, pois demonstram quais são as características da infraestrutura de determinada região. Assim, se há interesse em uma nova obra, já se sabe se haverá necessidade de promover alguma obra de infraestrutura adicional.

4 – Planejamento urbano

A cidade é como um órgão vivo, que cresce e se modifica o tempo todo. Para acompanhar esse movimento existe
o Plano Diretor Urbano (PDU), que é um instrumento básico da política de desenvolvimento urbano. O plano diretor é obrigatório para cidades com mais de 20 mil habitantes. Ele direciona para um crescimento sustentável e saudável das cidades, respeitando suas restrições ambientais e demais características. A aplicabilidade do SIG ocorre na captação e na análise de informações urbanas para o planejamento. Por exemplo, com dados dos eixos de logradouros, é possível determinar onde há pavimentação ou não.
O SIG reúne, em um só lugar, dados de zoneamento, mapas, urbanização e características ambientais. Com esse conjunto de dados e informações, o gestor tem conhecimento a respeito de determinada localidade e consegue planejar e decidir com maior precisão.

5 – Expansão de unidades habitacionais

Para que se possa projetar uma expansão de unidades habitacionais, é necessário realizar uma análise de viabilidade com dados e informações do serviço de geoprocessamento. Essas informações permitem realizar uma estimativa populacional, por meio da contagem de residências; identificar áreas clandestinas, visando uma proposta de regularização; identificar zonas de risco pluvial, a partir da estimativa de áreas impermeabilizadas; e identificar vazios urbanos, para realizar o incentivo de ampliação por meio de densidades construtivas. Nesse caso, os benefícios do SIG são ainda mais evidentes, pois as informações auxiliam a realizar uma expansão e obter a visão completa da localidade.

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