De janeiro a agosto deste ano, segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), o segmento fechou 307 vagas de trabalho. No acumulado de 12 meses – entre julho de 2014 e agosto deste ano -, esse déficit chega a 1.558 postos com carteira assinada extintos diante dos negócios em baixa.

De olho em uma reaceleração esperada mas sem data para acontecer, as construtoras têm tentado cortar custos e diversificado mercados para não sofrer ainda mais prejuízos.

“Todo mundo tem seu tamanho, seu mercado e seu produto. Estamos chegando a um momento certo, apesar de todas as dificuldades”, afirmou o diretor regional do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (SindusCon-SP), Fernando Junqueira, durante um encontro realizado na terça-feira (6) em Ribeirão para discutir os desafios do segmento.

Estratégias

Profissionais como Rafael Batista, gerente de incorporação de uma construtora, contam com a diversificação para tentar superar o momento de recessão. Segundo ele, a empresa tem focado menos em empreendimentos na zona sul, onde geralmente estão os imóveis mais valorizados, para buscar clientes em regiões como o Centro e a zona norte.

“A empresa já tomou atitudes lá atrás de diversificar e ampliar a sua área de atuação deixando de se concentrar só na região sul e passando a olhar oportunidades e nichos específicos em outras regiões”, afirma.

Outra estratégia tem sido reduzir custos de operação, com a adoção de modelos de construção alternativos. Segundo Batista, estudos mostram que isso tem ajudado a cortar gastos em até 15%.

“Para minimizar o custo e o impacto ambiental estudamos outras metodologias que trazem economia e maior sustentabilidade. Isso ajuda no negócio como um todo e possivelmente reduz o preço para o consumidor final”, diz Batista.

Em outra construtora, a estratégia de oferecer melhores condições de pagamento aos clientes e reduzir o valor do metro quadrado tem surtido efeito, afirma o coordenador de vendas Eduardo Larraz.

Segundo ele, além de dois empreendimentos confirmados para este ano, outros três estão previstos para o ano que vem. “Fizemos ajustes na condição de entrada e flexibilizamos mais para poder gerar melhor potencial. Em contrapartida, conseguimos tirar essa deficiência gerando volume de vendas em nossos negócios”, diz.

Confiança

Para os representantes da construção civil, recuperar a confiança dos consumidores é essencial para a retomada dos negócios. Segundo o presidente do SindusCon-SP, José Romeu Ferraz Neto, as empresas precisam estar atentas e se preparar para quando a demanda por imóveis voltar a subir.

“Essa não vai ser a primeira nem a última crise, só que temos que ter um pouco de paciência, sermos bastante coesos e termos bastante cuidado nas decisões para não sacrificar demais as empresas”, afirma.

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