Na avaliação do Secovi-SP, sindicato que reúne as empresas do Estado de São Paulo dedicadas à compra, venda e locação e administração de imóveis, o mercado imobiliário brasileiro tende a crescer 10% neste ano.

“Os lançamentos e vendas terão crescimento de 10%. Já sentimos a reação de alguns mercados, como São Paulo e Distrito Federal”, disse o economista-chefe do Secovi-SP, Celso Petrucci, nesta quarta-feira (31).

A previsão foi feita na sede da entidade, na capital paulista, durante cerimônia de posse da nova diretoria do Secovi-SP. Flávio Amary toma posse hoje em seu segundo mandato como presidente do sindicato. Participam do evento o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, e o prefeito da capital, João Doria, ambos do PSDB.

O economista do Secovi-SP afirma que as perspectivas para o setor imobiliário são “muito boas”, considerando-se a expectativa de crescimento da economia do país, independentemente das eleições, do que ocorrerá com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e de ser um ano de Copa do Mundo.

Petrucci ressaltou que o setor terá recursos de poupança e do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) para financiamento.

O economista-chefe do Secovi-SP avalia que, em 2017, embora os lançamentos de imóveis tenham crescido na capital paulista, o mercado nacional ainda apresentou queda.

A entidade irá apresentar os números consolidados de São Paulo em meados de fevereiro.

Média renda

As incorporadoras começarão a testar o mercado com lançamentos para a média renda, na avaliação do advogado Rodrigo Bicalho, sócio do escritório especializado em direito imobiliário Bicalho e Mollica Advogados.

Nos últimos anos, o lançamento de imóveis do segmento ficou represado em função dos distratos, concentrados nessa faixa de renda, e da redução do financiamento imobiliário.

Bicalho ressalta que, nos últimos anos, as incorporadoras focaram em produtos para o segmento econômico na capital paulista e imóveis compactos (direcionados mais para investidores). A queda da taxa de juros contribui, segundo o advogado, para a retomada da produção para as rendas média e média-alta.

Os distratos — que foram o maior desafio enfrentado pelas incorporadoras nos últimos anos — tendem a continuar em queda, de acordo com o advogado, por causa da melhora das condições de crédito, da interrupção dos lançamentos de imóveis comerciais e do aumento da participação de compradores finais nas aquisições.

Previdência

Flávio Amary solicitou ao governador Geraldo Alckmin que o PSDB, além de fechar a questão da aprovação da reforma da Previdência, vote pela mudança da integralidade dos parlamentares. Amary ressaltou que o pedido é feito a Alckmin como presidente do PSDB e não como governador.

“Outro ponto importante, e falo agora também ao pré-candidato a presidente da República é que, depois da reforma da Previdência, temos de diminuir o custo do país. A bandeira que temos de levantar agora é a reforma do Estado. Não temos de ter uma quantidade de ministérios que não cabe na Esplanada”, disse o presidente do Secovi-SP.

Segundo Amary, o Secovi-SP faz parte de um grupo de entidades do setor que apoia as reformas.

Amary afirmou que, depois do vídeo de Cristiane Brasil, indicada à ministra do Trabalho, veiculado nesta semana, fica mais claro que o país precisa de “um ministério de notáveis”.

O presidente do Secovi-SP defendeu também a regulamentação dos distratos e a Letra Imobiliária Garantida (LIG). “Precisamos ter calibragem dos planos diretores. É preciso que a produção imobiliária de São Paulo volte a ser viável”, disse.

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