O ano de 2015 foi para sobreviventes. Produto Interno Bruto (PIB) negativo, inflação acima do teto da meta, o possível impeachment da presidente Dilma, trabalho escasso e cortes de gastos do governo se tornaram comuns, e ao que tudo indica o ano de 2016 não vai ser muito animador.

O Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (Sinduscon-SP) prevê que o PIB da construção civil deve encerrar 2015 com queda de 8%. Para o ano que vem, a projeção é de retração de 5%, segundo o sindicato, que vê alguma retomada do crescimento somente a partir de 2017.

Mas ainda que o cenário atual esteja em preto e branco, somos nós mesmos, sobreviventes, em largo ou estreito limite, que devemos encontrar soluções para a retomada da economia. Após quase uma década de preços em alta e vendas elevadas, o mercado imobiliário mudou a estratégia em 2015. Para recuperar clientes, as construtoras, incorporadoras, imobiliárias e donos de imóveis estão realizando uma reacomodação dos preços, por meio de descontos e facilidades de pagamento. Os valores estão estáveis, com oportunidades devido ao freio na economia.

O mercado imobiliário baiano registrou em 2014 o número de 4.060 lançamentos e 7.345 unidades vendidas. Este ano, de janeiro até outubro, foram 3.021 lançamentos e 5.840 unidades vendidas. Estes números de 2015 têm uma forte contribuição das praças de Camaçari, Lauro de Freitas e Feira de Santana, especialmente no segmento econômico, no âmbito do Programa Minha Casa Minha Vida e indicam que vamos encerrar o ano com um desempenho semelhante ao de 2014. Infelizmente, se avaliarmos os números somente de Salvador, os resultados não serão animadores: até outubro, contabilizamos apenas 431 lançamentos e 2.921 unidades comercializadas, quando em 2014 tivemos ao todo 2.092 lançamentos e 4.819 unidades vendidas.

Como eu já havia comentado neste espaço anterior mente, a futura aprovação do Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano (PDDU) de Salvador é um dos pontos que podem ajudar a cidade a superar as dificuldades e retomar o caminho do crescimento e da geração de emprego. Esperamos que o PDDU seja o impulso que a capital baiana precisa para voltar a andar nos trilhos do crescimento.

O momento é de apreensão, mas não podemos perder as esperanças. A nossa categoria tem que se manter unida para superar as turbulências e não perder o fôlego. Se o cenário da economia nacional está ruim, a única maneira de sobreviver é trabalhar forte para que a economia local se fortaleça.

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