O consultor do SindusCon-PR, Ivanor Fontin, abordou a questão do transporte dos resíduos gerados numa obra. Uma pesquisa feita pelo sindicato, no Paraná, com os transportadores, resultou na obtenção de dados surpreendentes, como a alta variação do custo cobrado por essas empresas, que apresentam diferenças acima de 30%.
A coordenadora técnica do Comitê de Meio Ambiente do SindusCon-SP (Comasp), Lilian Sarrouf, apresentou um relato sobre a evolução do grupo de trabalho formado pela Associação Brasileira dos Fabricantes de Tinta (Abrafati), CMA/CBIC e SindusConSP para o desenvolvimento da logística reversa de resíduos do processo de pintura. “Após dois anos de trabalho, o GT ainda não conseguiu grandes avanços para a solução de todos os tipos de resíduos de pintura entre eles a destinação dos apetrechos utilizados na pintura, como pincéis e uniformes, e do tratamento dado aos efluentes da lavagem desses materiais,” explicou Lilian.
A minuta do termo setorial de logística reversa também não foi elaborada ainda. Tanto o documento, quanto o avanço na busca por soluções para o descarte correto dos materiais utilizados nos processos que envolvem o uso de tintas e materiais similares. As duas ações fazem parte do compromisso assumido pela Abrafati, mas que não está sendo atendido dentro do prazo compatível com a importância do assunto para os construtores.
Em virtude destes resultados, o presidente da CMA/CBIC, Nilson Sarti, disse que vai atuar junto à CBIC para dar andamento ao assunto.
Quanto à destinação dos sacos de cimento, o diretor do SindusCon-MG, Fernando Sérgio Fogli, destacou as dificuldades relativas à destinação do material. Segundo ele, as centrais de reciclagem de papel existentes não estão aptas a receber esse material.
Outra preocupação apresentada pelo Sinduscon-MG é sobre a recente legislação aprovada em Belo Horizonte, que estipula obrigatoriedades relacionadas à gestão de resíduos para obras sujeitas a licenciamento ambiental. Algumas destas obrigatoriedades são fruto de um entendimento equivocado da resolução CONAMA 307/2002.
Além da questão de resíduos, a reunião abordou temas legislativos como o Código Florestal e projetos de lei relacionados ao Reúso de Água em Edificações e a questão das Áreas Contaminadas. Ficou definido que os participantes da CMA/CBIC vão se empenhar para auxiliar a assessoria legislativa da CBIC em atender a estas demandas de legislação.
Sustentabilidade exemplificada
Na reunião da CMA também foram apresentados três projetos-piloto de construção sustentável. A gerente da Basf, Camila Lourencini, mostrou detalhes sobre a Casa Ecoeficiente (CasaE), projeto em que a Basf demonstra às construtoras e desenvolvedores de projetos que existem soluções no mercado para execução de edificações que ofereçam maior conforto térmico e acústico, além de redução no consumo de água e energia.
No mesmo terreno onde foi implantado esse projeto, a Basf edificou a Casa Econômica. Trata-se de uma residência voltada a famílias de baixa renda com inovações que visam à redução do custo global do empreendimento. Pré-fabricadas com chapas de aço com núcleo de poliuretano (formando um painel sanduíche) e encaixe no sistema macho e fêmea, essa casa é montada rapidamente em função dos materiais utilizados. Além de oferecer aos moradores um excelente isolamento térmico e durabilidade.
Para a sua construção, a Casa Econômica reduz em 40% a alocação de mão de obra, comparada aos métodos convencionais. “É uma obra limpa, que não gera resíduos,” destacou Lourencini. “E atende totalmente a Norma de Desempenho,” concluiu.
Segundo o presidente da CMA/CBIC, Nilson Sarti, a comparação de custos de manutenção e de operação dos empreendimentos já começa a se tornar uma realidade no mercado, com os consumidores buscando optar pelo menor custo global.