Este é o momento para comprar a casa própria? Sim. Para o professor da Fundação Getúlio Vargas, Alberto Ajzental, a economia a longo prazo está mais estável, com taxas de juros menores e inflação sob controle.

Outra vantagem está no valor dos imóveis, que não estão tão elevados. Os preços também não devem disparar nos próximos anos.

“As pessoas estão mais seguras com relação ao emprego e mais confiantes para investir. Claro, o mercado hoje é um 1/3 do que era há 5 anos. De 2011 a 2013 a política econômica favorecia o crédito farto, mesmo tentando contra as estatais e pressionando a inflação, uma situação que não se sustentava”, explica Ajzental.

Com o cenário mais equilibrado, embora as taxas de desemprego ainda sejam altas, o consumidor está mais seguro e confiante para investir. Mas antes de dar o primeiro passo é preciso avaliar as contas.

O primeiro passo para comprar a casa própria é olhar para si, verificar se existe estabilidade de emprego e de renda, afinal, o investimento é alto e os financiamentos todos são a longo prazo. “É importante observar que a pessoa comprometerá uma parcela de sua renda por pelo menos 25 anos de sua vida. Precisa saber se tem condições para isso.”

Telêmaco Genovesi Jr. consultor da Horus GGR, o ideal que não seja comprometido mais que 20% da renda com as prestações do financiamento. “No máximo, para não correr riscos, comprometa 25% do salário líquido nas parcelas”, diz. “Também vale observar o valor do aluguel e o valor das prestações, se forem muito próximos, a compra de um imóvel é um bom negócio. ”

Pagar um aluguel baixo e juntar dinheiro para comprar um imóvel é interessante?

Não, não é. Para o professor da FGV, a pessoa acaba se descapitalizando ao pagar o aluguel. “É muito mais interessante juntar um valor para a entrada e financiar o restante por 25 ou 30 anos com juros baixos.”

“Temos uma oferta grande de imóveis com boas oportunidades. Para o investimento pessoal, este é o momento para comprar”, observa Genovesi.

E para quem já tem um imóvel financiado o ideal é amortizar a dívida e, se possível, até quitar o financiamento.

Vale a pena investir em imóveis?

Com a Selic, a taxa básica de juros, baixa os investimentos em renda fixa ficam menos atraentes. “Hoje investir em imóvel para ter retorno do aluguel não é tão ruim se comparado a outros investimentos, mas é preciso ter consciência que o imóvel pode ficar vazio e o gasto com IPTU e condomínio fica por conta do proprietário”, pondera Ajzental.

Para quem precisa do dinheiro a curto prazo, o imóvel não é um bom investimento. “A liquidez é baixa, para vender é mais difícil em um momento de crise”, diz Daniela Casabona, Assessora de Investimentos da FB Wealth.

Outro aspecto é a influência da economia, muitos imóveis vazios, os preços dos alugueis caem, aí vale a lei da oferta e da procura.

Genovesi aposta nos fundos imobiliários, que oferecem uma boa diversificação de imóveis. “Há oferta de cotas de fundos que detêm edifício comerciais, shoppings entre outros empreendimentos. Não é preciso lidar diretamente com inquilinos, o administrador cuida disso.” O risco de vacância, de imóveis desocupados é menor. Só é preciso observar a taxa de administração, que é muito variável.

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